VILA DE CAVA
Crianças que participam do Cine Arte Cidadão discutem cidadania por Josy Antunes

Nesse momento, Mônica começa então a distribuí-los. Feitos a canetinha vermelha na mão das crianças, as siglas “P”, “CR”, “CF”, “D” e “CP” carregam um mistério que seria desvendado para quem prestasse atenção no filme. O espaço, apesar de pequeno, consegue abrigar uma das maiores turmas da escola, da 4ª série, com cerca de 30 crianças, que sentam, sem reclamar, juntinhos no chão, para que todos possam ter uma boa visão da TV. Uma menina pergunta o porquê de estarem assistindo também aos traillers, e logo recebe a resposta de que no cinema de verdade também é assim. Quem explica é Mônica, sempre buscando fazer com que as crianças, que em sua maioria nunca foram a uma sessão de cinema “de verdade”, sintam-se em uma. Durante os 25 minutos do filme, com as luzes apagadas, todos se mantem com os olhos vidrados nas cenas. “A gente trabalha cinco valores: paciência, coragem, confiança, disciplina e compaixão”, esclarece posteriormente a incentivadora.

Todos seguem para o pátio da escola e recebem a missão de criar um grito de guerra para defender seu grupo, valendo 10 pontos para a gincana que estava sendo iniciada. Gritos já conhecidos como o do “Passou, passou, passou um avião...” e outros, inventados na hora, animaram ainda mais os grupos, com exceção de um deles. Algumas das meninas estavam com vergonha, o que desanimou duas integrantes. Mônica aproveita a deixa para, além de motivar o grupo, falar sobre trabalho de equipe com a turma, por último acrescenta: “Vocês vão ficar sem esses pontos porque não fizeram o grito, mas ainda podem virar o jogo!”, incentiva.
Poucos minutos antes do recreio das outras turmas se iniciar, o que atrap

Um grupo por vez deveria escolher uma letra e um número e torcer para não dar um “tiro na água”. As tarefas descritas nos papeis virados para o chão eram baseadas no que havia sido recentemente aprendido e debatido, trabalhando o raciocínio lógico, matérias já vistas em sala de aula, os sentidos e o desenvolvimento da expressão corporal. Como no caso de Sandra Carvalho, de 11 anos, que se surpreendeu quando a mediadora auxiliar de Mônica leu que o seu grupo deveria realizar 30 polichinelos seguidos de 30 pulos, valendo 20 pontos. As meninas, sem pensar duas vezes, começam a se mexer, enquanto a turma grita “um, dois, três...”. “Gente, não desiste!”, grita Sandra, apesar de já sentir a perna doendo. “Foi cansativo”, conta ela após a prova, que exigiu de seu grupo uma grande disciplina.


Exemplo de coragem também demonstrou Daniela Souza dos Santos, de 9 anos, vendada perante a turma, prestes a comer alguma coisa que não fazia idéia do que podia ser. “Tia” Mônica pergunta para os grupos adversários: “Ela come?” e recebe um sonoro “não”, enquanto seus companheiros de time a incentivavam. “Não mastiga, senão o sangue do bichinho pode escorrer da sua boca”, diz a educadora, com um sorriso não visto pela menina. “Eu pensei que fosse uma coisa gosmenta, todo mundo ficou falando pra eu não comer”, confessa a corajosa Daniela, “Mas eu sabia que ia ganhar os pontos, por isso que comi”. O “bichinho gosmento” na verdade era um limão.
A metodologia de Mônica, de trazer professores para as suas atividades, se fez presente na prova em que os participantes de um grupo deveriam sair pela escola e convencer uma professora a ter compaixão deles. Ela “só” precisaria ir ao encontro da turma e dançar na frente de todos a dança do “pintinho amarelinho”, usando uma peruca amarela. Ao adentrar a sala, a professora solidária levou um susto. “Eles só me falaram que eu tinha que vir até a sala do infantil. Não falaram que estava cheia”, diz espantada a professora, por coincidência vestida de amarelo.

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Publicado em: http://jovemreporter.blogspot.com/2009/07/diversao-em-equipe.html
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